segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Por favor, me deixe ir / Não vou lhe esquecer. Prometo.

CALABOUÇO

Por favor, me deixe ir
Não me prendas, não me sufoque
Há muito me acompanhas
Dez, quinze anos
Já nem sei mais

Já me disseram de seu poder letal
Então, por quê não faze-lo de uma só vez?
Por que me matas aos poucos?

Afinal, o que queres de mim?
Meu sangue, meu corpo?
Minha vida?

Minha infância, já levou
Minha adolescência também
Queres também minha juventude?
Minha maturidade?
A terceira idade?

Ainda não me dei por vencida
Resta um fio de esperança
Uma chama acesa
Por favor, não a apague

Por favor, me deixe ir
Não vou lhe esquecer. Prometo.