segunda-feira, 8 de junho de 2009

Braço da Vênus de Milo... acenando tchau???

Gosto muito do cantor e compositor Zeca Baleiro e "Bandeira" foi uma das primeiras músicas dele com que tive contato, e é também uma das que mais gosto. Por circunstâncias diversas, tenho pensado muito nessa canção nos últimos dias. Eis a letra:
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BANDEIRA
Zeca Baleiro

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso, seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro, este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o Tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo, água e sal
Nada tenho, vez em quando tudo
Tudo quero, mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)
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Dentre as coisas interessantes que ele cita nos versos, o que mais me chama atenção é quando diz "Braço da Vênus de Milo acenando tchau". Vênus de Milo é uma estátua grega que representa a deusa Afrodite, símbolo de beleza física e amor sexual. Foi encontrada no Mar Egeu em 1802 e acredita-se que foi esculpida por Alexandros de Antióquia, escultor helenístico. Inicialmente, a estátua possuía braços, mas os perdeu ao ser arrastada em direção ao navio que a levou para a França, onde está até hoje.
Desde a primeira vez que ouvi "Bandeira", tento entender o que o Baleiro quer dizer neste trecho, já que Vênus de Milo não possui braços, como é possível ver na foto acima. Já cheguei as mais diversas conclusões, analisando o contexto da letra. E talvez esta seja a grande sacada: "tomar"o lugar do eu-lírico e soltar a imaginação...

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